domingo, 13 de setembro de 2020

Minha carta

CARTA   AOS   EDUCADORES
 O atual Presidente da República, desde que assumiu, em janeiro de 2019, tem tomado atitudes e feito manifestações que nos preocupam como brasileiros e, especialmente como educadores: manifestou simpatia pelo movimento Escola sem Partido que é um projeto ideológico, porque ao proibir a discussão de algumas questões, está tomando um posicionamento. Não discutir práticas hegemônicas, homofóbicas e toda a variedade de desigualdades, significa não combater essas desigualdades, mas reforçá-las na sociedade. Disse também querer abolir Paulo Freire do MEC. Ora, querer "abolir Paulo Freire do MEC" é desconhecer toda a contribuição que ele deu à consolidação, da escola pública, democrática e de qualidade, num país que em raros períodos se preocupou com a população pobre e marginalizada. Freire é o intelectual brasileiro que, juntamente com Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, deu visibilidade internacional ao Brasil, na área da Educação.
Ricardo Vélez Rodrigues, primeiro ministro da educação - fez críticas ao que chamou "marxismo cultural" e à ideologia de gênero nas escolas. O Secretário de Alfabetização - criticou os métodos construtivistas e os considera responsáveis pelo alto analfabetismo funcional. Defende os métodos fônicos de alfabetização, em detrimento de outros métodos. Diante desta postura, a Associação Brasileira de Alfabetização divulgou manifesto assinado por 120 grupos de pesquisa e organizações sociais em defesa das múltiplas abordagens metodológicas para a alfabetização.
 Representantes do governo defendem a educação domiciliar, de forma não regulada e sem nenhum plano de fiscalização. As posições expressas por membros do governo, como se percebe, são um verdadeiro retrocesso a todo o avanço, que se alcançou nos últimos anos, nesta área fundamental para nosso desenvolvimento. O MEC Já está com o terceiro ministro da Educação e o atual, após o desastre que foi Weintraub, ainda não disse a que veio.
Bolsonaro participou de atos contra a democracia, pedindo o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Disseminou o ódio e a intolerância entre os brasileiros. É um governo que tem a barbárie como ideologia. É parte de uma extrema direita, que tem como líder Trump, o presidente dos EUA.
A pandemia recolocou o Brasil nas manchetes internacionais, como exemplo a não ser seguido. A negação da gravidade do Corona Vírus pelo governo, a rejeição a dados científicos, a defesa da cloroquina, mesmo sem comprovação médica, as rixas com governadores que reivindicavam o fechamento da economia, em oposição ao que queria o Planalto, começaram a aparecer nas capas dos diários mundiais. Quando a curva do Covid 19 ficou ascendente no Brasil, demitiu o ministro da saúde, e agora, meses depois, continua com um ministro interino e que não é da área.
Diante da imensa crise política, econômica e sanitária, em que está mergulhado nosso País, temos muitas vezes a sensação de que estamos num “beco sem saída”. De outro lado sabemos, que não podemos cruzar os braços. Temos que DEFENDER nosso país e o povo brasileiro, por isto, fui buscar inspiração no nosso grande educador Paulo Freire. O que ele diria ou faria, numa situação como essa?
Na página 39 do livro “Pedagogia da Esperança” o grande educador nos deixa a seguinte mensagem: “...só uma política radical, jamais, porém, sectária, buscando a unidade na diversidade das forças progressistas, poderia lutar por uma democracia capaz de fazer frente ao poder e a virulência da direita”. “A tolerância....é a virtude revolucionária, que consiste na convivência com os diferentes para que se possa melhor lutar contra os antagônicos”.  Resta saber se a esquerda brasileira, diante de tudo que vem acontecendo no Brasil, terá a sabedoria freireana de buscar a unidade na diversidade, para retomar e avançar nas conquistas do povo brasileiro.
“Os educadores e educadoras progressistas coerentes não têm que esperar que a sociedade brasileira global se democratize para que eles e elas comecem também a ter práticas democráticas, com relação aos conteúdos. Não podem ser autoritários hoje, para ser democratas amanhã”.
Cabe a nós educadores e educadoras, DEFENDER a democracia, o legado de Paulo Freire e o direito de todos os brasileiros de terem um país mais igual, onde todos possam viver com dignidade.
Marina Lima Leal, 02 de setembro de 2020
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Café com Paulo Freire, rumo ao centenário

Montagem feita para publicar antes das cartas que escrevemos, rumo ao centenário que será em setembro de 2021

Café com Paulo Freire, na Pandemia

Em razão da Pandemia, nossas reuniões passaram a ser on line

Café com Paulo Freire no Litoral

Café realizado na casa da Liana Borges, em Atlântida Sul, no verão 2019/2020

Café com Paulo Freire

Faixas, Livros e comes do Café

Café com Paulo Freire

Reunião do Café, na casa da Lúcia, em 2019

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